Uma história de jardins: A sua arte na tratadística e na literatura

 

BIBLIOTECA NACIONAL DE PORTUGAL

EXPOSIÇÃO | 15 maio - 31 jul. | Sala de Exposições | Entrada livre

Folha de sala

A exposição, comissariada por Ana Duarte Rodrigues, visa dar a conhecer ao grande público o valioso acervo de livros sobre jardins conservados na Biblioteca Nacional de Portugal e na Biblioteca da Ajuda. A mostra, distribuída por cinco núcleos, vai tornar visíveis as imagens, os conteúdos, os autores, as edições e as ideias sobre a arte dos jardins que circulavam em Portugal na Idade Moderna.

A exposição será complementada por um catálogo, no qual se incluem os estudos desenvolvidos por Ana Duarte Rodrigues, Ana Lemos, Ana Paiva Morais, Aurora Carapinha, Jean-Pierre Le Dantec, Manuel Patrocínio, Maria Teresa Caetano e Nicolas Fiévé.


[ BNP S.A. 6634 P ]
O primeiro núcleo intitula-se Primeiro havia um jardim... e pretende realçar o
começo da Humanidade justamente num jardim: o Éden. Mas pretende também destacar os livros de maior divulgação: a Bíblia e as Metamorfoses de Ovídio, que se tornaram, assim, textos privilegiados para transmitir ideias e imagens de jardins e paisagens.

O segundo núcleo, Do útil para o belo, abrange os tratados de agricultura espanhóis, franceses e italianos com maior sucesso entre nós, que incluíam pequenos capítulos dedicados aos jardins, e através dos quais se iniciou em Portugal a divulgação daquela arte. Nele podemos encontrar algumas das edições oitocentistas dos tratados hispano-muçulmanos escritos durante a Idade Média e que foram decisivos para o desenvolvimento da arte dos jardins na Península Ibérica.

O terceiro núcleo, dedicado ao Jardim de Prazer, que começa com o Hypnerotomachia Poliphili, o sonho de Polifilo, o qual, na sua busca erótica, atravessa múltiplos jardins e paisagens. Neste conjunto incluem-se todos os tratados de arquitetura civil especialmente dedicados às casas de campo, assim como o paradigmático tratado de Dézallier d’Argenville sobre o jardim formal. Complementarmente incluíram-se as mitografias que proporcionavam aos artistas o conhecimento dos deuses – biografias, aparência, atributos – assim como os livros com desenhos de fontes e os tratados de engenharia hidráulica que permitiram divulgar os sistemas de jogos de água, em voga na Europa.
  
 [ BA 76-III-23 a 76-III-26 ]

O quarto núcleo O «locus amoenus» é o locus do amor remete para o jardim da Arcádia, tema recuperado pelo jardim inglês, dito de paisagem. A este jardim, mais bucólico, corresponde uma poética diferente, mais sentimental, por oposição à evocação do prazer associada ao jardim de estilo francês, nomeadamente às Fêtes de l’Île Enchantée.

 [ BA 33-IV-37]

 O quinto núcleo, e porque tudo começou na árvore do  conhecimento, não poderíamos deixar de incluir uma pequena área dedicada aos livros e dicionários de  botânica que circularam entre nós.






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