Obra da Biblioteca da Ajuda no Palácio Nacional da Ajuda


Uma História de Assombro. Portugal-Japão Séculos XVI-XX 

   Palácio Nacional da Ajuda | 30 nov. '18 a 26 de março '19 |

 

Uma História de Assombro. Portugal-Japão Séculos XVI-XX é composta por peças de colecionadores particulares, de instituições públicas e privadas, portuguesas e japonesas.

 Comissariada por Alexandra Curvelo e Ana Fernandes Pinto (U. Nova /FCSH), organizada pelo Palácio Nacional da Ajuda / Direção Geral do Património Cultural e pelo Instituto Diplomático / Ministério dos Negócios Estrangeiros a exposição contou com o apoio mecenático da Fujitsu e da Japan Foundation e o alto patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República.

 

Por meio de biombos, lacas, cartografia, armaduras entre outros objetos raros e fascinantes, alguns expostos pela primeira vez ao público, a Exposição narra a história do encontro e reencontro entre Portugal e o Japão ao longo de cinco séculos. Uma história de espanto e maravilhamento mútuos, mas de terror também. De aproximações, contendas, tratados, arte e diplomacia. De influências na arte, língua, culinária, religião e na história militar.


Vocabulario da lingoa de Iapam, com a Declaração em Português, feito por alguns Padres e Irmãos da Companhia de Jesu. Com licença do Ordinario, e Superiores em Nangasaqui no Collegio de Japaõ da Companhia de Jesu. Anno de 1593.  Esta tresladada do Livro Emprenso [sic] que esta na secretaria da Provincia de Japão no Collegio de Macao, hoje 22 de Agosto de 1747. João Álvares." – Ms. com 801 fls.

BA. 46-VIII-35

 

Obra da Biblioteca da Ajuda no Museu do Oriente

TRÊS EMBAIXADAS EUROPEIAS À CHINA
Museu do Oriente | 8 Novembro | Até 21 Abril ‘19

Comissário Jorge dos Santos Alves

A exposição Três Embaixadas Europeias à China possui como tema central a história dos contactos político-diplomáticos entre a Europa e a China ao longo de cinco séculos (de meados do século XIII a medos do século XVIII). Essa história teve múltiplos ciclos, avanços e recuos, entendimentos e rupturas, mas teve como constante o protagonismo de vários portugueses. Protagonistas que representavam o Estado português, outros estados europeus, o Papado, ou a cidade de Macau. São três destes protagonistas, Frei Lourenço de Portugal, Tomé Pires e Francisco Pacheco de Sampaio, que escolhemos para ilustrar a temática central da exposição. É em torno destes três protagonistas que se estrutura a exposição, por isso dividida em três núcleos (mais aqui)

[Carta do Imperador da China, Qianlong para o Rei de Portugal D. José I], 1753
 
Rolo ms. em papel colado sobre seda amarela, texto a duas colunas, trilingue – Manchu, Chinês e Português, ilum. a tinta-da-china e polvilhado a ouro, frisos ornados com dragões; Selo Imperial xilografado a encarnado.
 
Original. Na sequência da 4.ª embaixada, a Pequim, de Francisco Assis Pacheco de Sampaio, o Imperador Quianlong (1735-1795) enviou uma carta a D. José I (1750-1777a agradecer a embaixada diplomática e os presentes recebidos, retribuindo com presentes cuja lista vai discriminada), em português, Manchu e Chinês.

 

Obra da Biblioteca da Ajuda na Biblioteca Nacional de Portugal

Sob a chama da candeia
Francisco de Holanda e os seus livros
EXPOSIÇÃO | 15 nov.’ 18 - 16 fev. '19 | Sala de Exposições – Piso 2 | Entrada livre


Francisco de Holanda (Lisboa, ca 1518-1584) é mais do que apenas um iluminador. Adquiriu, desde jovem, uma visão global do mundo, observando o seu pai, António de Holanda, a iluminar os planisférios e as cartas náuticas de Lopo Homem.  Possuidor de uma sólida formação humanista adquirida na corte do rei de Portugal, D. João III, aventurou-se no mundo das ideias, o que é raro entre os chamados «mecânicos» das artes visuais. Francisco de Holanda foi sobretudo um criador, capaz de repensar cada tema, através da análise das suas fontes primordiais... (mais aqui) 


Da fabrica que faleçe ha Çidade de Lysboa. … De quanto serve a Sciência  do Desegno e entendimento da Arte da Pintura, na Republica Christam asi na Paz como na guerra /  Francisco de Holanda, Monte [?]: Julho 1571.
BA 52-XII-24

Cod. Ms., em papel, [49 fls.], 29 desenhos a sépia. Enc. de origem em carneira, filetes de enquadramento a dourado, letras a ouro nas pastas + DA Fabrica+ (ant.), + DE LIXBOA+ (post.).

Inclui [fl. 1v] autógrafo de Frei Bartolomeu Ferreira, censor da inquisição, datado de 13 de Abril de 1576, no qual consta a censura sobre as obras que contém o ms.

 
Original autógrafo, único tratado de Francisco de Holanda existente em Portugal. Manuscrito, enviado ao Rei D. Sebastião, incitando-o a prosseguir o programa de construção na capital portuguesa concebido por seu avô o Rei D. João III, sendo um dos primeiros projectos de renovação de Lisboa, à luz dos ideais estéticos do renascimento, incluindo renovações em palácios, igrejas, fortificações a par com obras de utilidade pública como pontes, fontes e aquedutos de água: «Lisboa [...] onde todos os que bebem água, não tem mais de um estreito chafariz para tanta gente [...] e deve de trazer a Lisboa Água Livre que de duas léguas dela trouxeram os Romanos, por condutas debaixo da terra, subterrâneos furando muitos montes e com muito gasto e trabalho.»




 


 



Consta do Catálogo dos Manuscritos da Coroa: Ciências e Arte / Luís dos Santos Marrocos BA 49-IX-44 o que significa que foi com a família Real para o Brasil em 1807 e com a mesma voltou em 1821...

Questionário de satisfação dos utilizadores 2018


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"Fazer Gazeta" (2): O terramoto



O terramoto, seguido de maremoto e incêndios vários, teve início cerca das 9h40m do dia 1 de Novembro de 1755,  dia de todos os Santos "Festum Omnium Sanctorum" fazendo um elevado número de mortos...
 
A escassez de notícias referentes ao "memorável" acontecimento em Lisboa, na Gazeta, leva-nos a supor que as oficinas em que laboravam, na Rua Nova dos Ferros situada na baixa da cidade e uma das mais importantes artérias da cidade, tenha sido bastante afetada pelo terramoto...
 
n.º 46, 13/11/1755
N.º 45, 6/11/1755












Enquanto que em Portugal, pelo menos no caso de Lisboa pois o Algarve mereceu destaque diferente, as notícias foram dadas com parcimónia, já em frança a Gazette dedicou-lhe algum espaço...


Gazette de France n.º 47, 22/11/1755
Gazette de France n.º 47, 22/11/1755






    
 







"Fazer Gazeta" (1)

Dicionário de Expressões Correntes, de Orlando Neves:

“Fazer gazeta”

Inicialmente, com o sentido de «faltar às aulas», a expressão usa-se hoje quando se falta a qualquer compromisso ou obrigação.

«Gazeta» foi, de facto, a primeira designação dada aos periódicos.

‘Gazzetta‘ (de início: gaxeta) era uma pequena moeda de reduzido valor (due soldi), o custo exato de cada exemplar da Gazzette delle Novità, periódico semanal manuscrito, de pequeno formato, vendido em Veneza no séc. XVI, contendo notícias oficiais sobre a situação do império turco.

Curiosamente, há também quem afirme que o termo provém de “gazza”, em português: pega, a ave palradora.

As primeiras «gazetas» não eram redigidas por jornalistas profissionais, obviamente, no sentido de pessoas inteiramente dedicadas à sua composição.

Escreviam-nas aqueles que tinham capacidades e conhecimento para o fazer, mas que ganhavam a vida noutras profissões. Muitas vezes, por necessidade de ultimarem a saída das publicações, tinham de faltar aos seus ofícios para irem «fazer gazeta». Habitualmente, essas faltas consistiam na ausência às aulas, atendendo a que seriam, muito provavelmente, estudantes os primeiros «jonalistas».

A Gazeta de Lisboa, um dos primeiros periódicos a circular em Portugal, teve início a 17 de Agosto de 1715



No dia 10 de Agosto, o jornal apresentava o seu primeiro número com a denominação de "José Freire de Monterroio Mascarenhas, que dirigiu o jornal até à sua morte, em 1760.
Notícias do Estado do Mundo". O seu redactor era

BA. 170-III-172







Em 17 de Agosto de 1715, o número dois aparecia já com o título de "Gazeta de Lisboa", título que se manteve até 30 de Dezembro de 1717. e esteve na génese do jornal do governo,
hoje - e desde 1976 - designado Diário da República.

BA. 170-I-172 (1)
 

 Anteriores a esta, refira-se a existência da Gazeta da Restauração (1641-47) e a circulação das folhas periódicas “Relações” e “Mercúrios”.



[Mercúrio Português com as novas da guerra entre Portugal e Castela - Foi director e redactor António de Sousa de Macedo, considerado como o primeiro jornalista português. Lisboa, na Of. de  Henrique Valente de Oliveira, [fl.164?-167?]. Anos de 1663 a 1666 e Julho de 1667]



BA. 170-II-173





Lançada a 10 de setembro de 1808, no Rio de Janeiro, a Gazeta do Rio de Janeiro foi o primeiro periódico impresso no Brasil, sob a égide de D. João VI e marca o início da imprensa no país. O jornal era publicado duas vezes  por semana (quartas-feiras e sábados) e o seu conteúdo era oficial, consistindo basicamente em comunicados do governo. Com a Independência a publicação da Gazeta do Rio, denominação corrente a partir de 29/12/1821,  tem o seu término com a edição nº 157, de 31 de dezembro de 1822.  Com a independência, a Gazeta deixou de circular tendo sido substituída pelo Diário Fluminense, de Pedro I e o Diário do Governo, de Pedro II.



Gazeta n.º 1, 10 de Set. 1808
Gazeta n.º 2, 17 de Set. 1808