Assinalando esta data, em celebração e homenagem, a Biblioteca da Ajuda seleciona, do seu vasto e rico acervo, um texto simples mas comovente, qualificativos que se adequam tão bem ao espírito de quem é Mãe:

La Voix de la Femme (Memoires pour servir à l´Histoire dês immunités de l´Église ou Les Conferences Ecclesiastiques de Madame), Londres: 1750. 

BA 55-I-3, n.º 1

Um desabafo, quase um grito, de uma mãe desesperada, que ambicionava orientar os filhos varões para a vida eclesiástica, sem êxito, invectivando, por isso, contra os detractores da Igreja (“ Vou voyez avec quelle licence tout le monde écrit contre l´Église. Mon Dieu! Quels herétiques.…. c’ est qu’ils s’appuyent sur toute sorte de livres impies dont on donne….de nouvelles Editions et Traductions) e suas publicações “ímpias”, que afastam os jovens do sacerdócio (“à peine savoient- ils parler, que lorsque je leur disois qu’ils devoient se faire Ecclésiastiques, ils me respondoient, Oui. Aujourd’hui quíls sont grands, ils ont lû, a mon inçu, tant de mauvais livres contre la Religion…..qu´ils sont dans le dassein de tout abandoner…), deixando-os vulneráveis, sem rumo, em conflito pessoal e desajustamento social, desesperando a pobre mãe (“Quel douleur pour une mère aussi tendre que je le fuis…ah Je n’ai plus de beaux jours à esperer!).

Ser Mãe é também ter esperança.


Feliz Dia da Mãe!
AVISO





Informamos que, devido à realização de um evento oficial nesta Biblioteca, o serviço de leitura estará encerrado na quinta feira, dia 30 de Abril.

O horário regular será retomado na Segunda-feira, dia 2 de Maio.

Agradecendo a compreensão dos leitores,


A Coordenadora da Biblioteca da Ajuda

Dia Mundial do Livro e dos Direitos do Autor




Hoje celebra-se o Dia Mundial do Livro e dos Direitos do Autor.

Esta é uma data simbólica para a literatura mundial, tendo sido escolhida pela Organização das Nações Unidas para celebração global de uma das mais gloriosas produções do Homem – o LIVRO -, encorajando todos à (re)descoberta do prazer da leitura, sublinhando o respeito que o livro nos merece e relembrando o valor da literacia como meio privilegiado de qualificação e dignificação do ser humano.

Homenagear o livro é, cada vez mais, um dever, uma necessidade, um imperativo moral e ético.

Homenagear o autor é reconhecer-lhe a grandeza da criatividade e assegurar-lhe os direitos inalienáveis

“O Direito de Autor não é uma taxa é o salário dos Autores.
A Defesa do Direito de Autor é a garantia da defesa do património e dos valores culturais”,
Sociedade Portuguesa de Autores
(Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos aprovado pelo Decreto-Lei nº 63/85, de 14 de Março, e alterado pelas Leis n.º s 45/85, de 17 de Setembro, e 114/91, de 3 de Setembro, Decretos-Lei n.ºs 332/97 e 334/97, ambos de 27 de Novembro, e pelas Leis n.ºs 50/2004, de 24 de Agosto, 24/2006, de 30 de Junho, e 16/2008, de 1 de Abril) e internacional (Convenção de Berna de 1886 e Convenção Universal de 1952, revistas em 1971).

A Biblioteca da Ajuda associa-se a esta data, com sentida alegria, transcrevendo uma cantiga do Cancioneiro da Ajuda, “a mais antiga colecção de poesia lírica (finais do século XIII, princípios do século XIV) chegada até nós e representa a transcrição de parte substancial das cantigas d´amor dos trovadores galego-portugueses”:

Senhor fremosa, grand'enveja hei
Vasco Praga de Sandim

Senhor fremosa, grand'enveja hei
eu a tod'home que vejo morrer;
e segund'ora o meu conhocer
enquant'est'é, faço mui gram razom:
ca hei por vós eno meu coraçom
tam gram coita, que mil vezes me tem,
senhor, sem fala e sem tod'o sem:
e nom vos queredes de mim doer!

Pero, senhor, ũa rem vos direi:
com tod'est'ora nom hei eu poder,
per bõa fé, de nulh'enveja haver
a nulh'home de quantos vivos som,
mais faç'eu esto porque sei ca nom
vive nulh'home que de vós mais bem
haja de mi - que nom hei de vós rem
senom quant'ora m'oístes dizer.

E porque sei tam bem, per bõa fé,
que nom sei cousa no mundo melhor,
que já, entanto com'eu vivo for,
nulha cousa nom me pode guardar
daquesta coita que levo levar,
se eu de vós algum bem nom houver;
e o que m'ende guardar nom poder,
já me nom pod'en al prestar, senhor.

Ca esta coita, senhor, tam grand'é
com'eu vos dixe já, o[u] é maior
- e bem creede que nom é mẽor.
E ora, por Deus, que vos fez falar
mui bem, senhor, e mui bem semelhar,
doede-vos de mi, se vos prouguer;
e se o fezerdes, já foi molher
que xe pensou de sa alma peor.