A Biblioteca da Ajuda é uma das mais antigas Bibliotecas de Portugal caracterizando-se, pela natureza e riqueza dos seus fundos, como uma Biblioteca Patrimonial que tem por objecto a conservação, estudo e divulgação do seu acervo documental
Thomas Pitt, observações de uma Viagem a Portugal e Espanha (1760)
Apresentação pela Senhora Doutora Maria João Neto, coordenadora científica do projecto, e pelo Senhor Prof. Vítor Serrão.
Da viagem de Thomas a Pitt a Portugal e Espanha, em 1760, resultou um manuscrito, conservado inédito até hoje, com as das suas impressões e alguns registos gráficos de alguns monumentos ibéricos. Além de constituir um testemunho mais da já extensa literatura de viagens setecentista a Portugal, a reflexão de Pitt, passada a escrito pelo companheiro de Pitt, o eclesiástico e erudito William Cole, assume particular importância pelo papel do seu autor nas discussões contemporâneas sobre a origem do estilo gótico, informadas, naturalmente, também pelo seu conhecimento da arquitectura medieval peninsular.
A presente edição foi realizada a partir da versão conservada na British Library (Londres) e cotejada com o manuscrito até agora desconhecido guardado na Biblioteca Nacional da Escócia. A coordenação científica do projecto coube à Senhora Professora Doutora Maria João Neto (Faculdade de Letras de Lisboa), a fixação do texto ao Senhor Professor Doutor Bernardo Sá Nogueira, e a tradução ao Senhor Doutor Pedro Almeida Flor.
A realização desta edição, coordenada pelo IPPAR, foi possível graças ao patrocínio do Centro de História da Universidade de Lisboa.
Da esquerda para a direita: Professor Doutor Bernardo Sá Nogueira, Professor Doutor Vitor Serrão, Vice-presidente do IPPAR Professora Doutora Arquitecta Andreia Galvão, Professora Doutora Maria João Neto e Dr. Pedro Almeida Flor.
Protocolo de Cooperação para a Conservação e Restauro do Património Edificado - IPPAR e o G.E.Co.R.P.A.
O Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) e o Grémio das Empresas de Conservação e Restauro do Património Arquitectónico (G.E.Co.R.P.A.) assinam Protocolo de Cooperação para a Conservação e Restauro do Património Edificado.
Cientes da importância da protecção, valorização, reabilitação e manutenção dos bens culturais imóveis que integram o património histórico-arquitectónico do País, o IPPAR e o G.E.Co.R.P.A. estabelecem um protocolo de cooperação com o objectivo de contribuírem para a excelência nas intervenções de conservação e restauro do património edificado.
Entre as diversas vertentes de colaboração previstas no protocolo, o IPPAR e o G.E.Co.R.P.A. definirão em conjunto com outras entidades e ordens profissionais, requisitos complementares de qualificação a exigir às empresas que queiram operar no segmento da conservação e restauro, bem como aos profissionais de engenharia e arquitectura que pretendam exercer actividade nesta área.
Pretende-se, também, contribuir para a divulgação, por todos os meios, dos princípios, normas, metodologias, requisitos e tecnologias para uma correcta intervenção no património edificado. Este protocolo propõe-se ainda contribuir para que as "boas práticas" definidas sejam tidas em conta na concepção e organização de acções de formação valorizando a componente prática dos respectivos programas.
Entende-se que a excelência da mão-de-obra qualificada é um factor de progresso e emprego, recurso estratégico importante para o crescimento da economia e o desenvolvimento sustentável do país.
Soberania / Luís Pancada Fonseca
Nota biográfica:
Luís Pancada Fonseca nasceu em Lisboa em 1943. Esta circunstância permitiu-lhe caminhar na vida a par e passo com algumas das fases mais marcantes da nossa história recente.
Criado numa família cujas preocupações culturais o ensinaram a desprezar o provincianismo salazarista, acreditou e desiludiu-se com o marcelismo, vibrou com o 25 de Abril, revoltou-se com o gonçalvismo e continua a nausear-se com o oportunismo dos políticos, tendo tido ocasião de expressar estes sentimentos em vários artigos de opinião. A sua passagem pela Guiné marca-o de uma forma indelével, mas mesmo aí, a sua busca de caminhos diferentes fá-lo participar na guerra como actor interessado em todas as vivências que aí se desenrolam.
Só neste momento, em que a sua existência parece ter encontrado um porto seguro, é que decide publicar os poemas escritos ao longo de tantas etapas.
Interrogações
A eternidade toda a ver,
a ver se me vê.
Como é possível o impossível
deste tempo ou d’outro tempo igual
em qualquer espaço?
Este minuto, este segundo
— que pode ser terceiro ou quarto —
como é possível existir?
Como pode haver
um compartimento da eternidade
em que caibam minhas vidas?
As Jornadas em imagens: Sexta-feira 22
As Jornadas em imagens: Sábado 23
Fábio Boavida tocou peças de Francisco Tarrega e Fernando Lopes-Graça
André Santos tocou peças de Augustin Barrios Mangoré e Máximo D. Pujol
Apresentação do livro Estórias da vida encantada: O editor Rui Grácio e a autora Fátima Éffe
Panorâmica da audiência
As Jornadas em imagens: Domingo 24
As Jornadas em imagens: Exposição
Exposição das obras mais destacadas da Biblioteca da Ajuda:
Documentário
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Dia Internacional dos Monumentos - Exposição
Animais, entre o real e o imaginário.
A presente exposição pretende fazer um percurso pela representação dos animais nos livros entre o séc. XIII e o séc. XIX. Os exemplares expostos pertencem ao acervo da Biblioteca da Ajuda e ilustram esta evolução.
As grandes culturas da Antiguidade –os sumérios, egípcios, gregos e romanos- contam com uma mitologia repleta de animais, com atributos sobrenaturais, alguns reais, muitos imaginários, que irão sendo reinterpretados ao longo do tempo. Primeiro, pelo olhar cristão do período medieval, depois, pelos valores do humanismo da época moderna, e, finalmente, pelo pensamento racionalista e positivista dos séculos XVIII e XIX.
A par da visão mais fantástica da natureza assistiu-se ao longo dos tempos a uma tentativa de aproximação mais científica da mesma. Grande parte dos textos clássicos que tinham sido conservados nos mosteiros são recuperados pelo Renascimento e o interesse pelo estudo directo da natureza é incrementado com a descoberta de novos territórios, nomeadamente pelos navegadores portugueses do séc. XVI.
A sistematização das primeiras enciclopédias ilustradas aponta para alguns dos princípios científicos onde são representados animais dos novos continentes muitos deles, fruto das descrições dos viajantes, incorporando da mesma forma animais reais e imaginários. A convivência entre o real e o imaginário diminui à medida que aumenta o rigor do estudo científico, deixando cada vez menos espaço livre para a fantasia e a imaginação que terão de encontrar o seu espaço noutros campos do saber.
Sala dos manuscritos:
(da esquerda para direita) Nas duas primeiras mesas encontramos animais genuinamente fantásticos e habitualmente associados ao mal- o dragão, tão utilizado na arte e na literatura e o galo monstruoso ou basílico, associado ao poder real pela sua capacidade de matar com o olhar- Também, os animais marinhos, recorrentemente utilizados em alegorias e na cartografia, como símbolo dos perigos que o mar escondia, como no mapa da lendária Taprobana [segunda mesa]. Estes animais, ilustrados nas primeiras enciclopédias, se bem que não de maneira completamente científica, aproximam-se mais da realidade.
Na terceira mesa encontramos os animais quadrúpedes (a divisão actual data do séc. XVIII). Aqui a mistura entre realidade e fantasia mantêm-se. Grifos em pé de igualdade com hipopótamos, lobos com características fantásticas... Nas iluminuras dos manuscritos medievais, os animais fantásticos são, geralmente, os protagonistas, como nos dois exemplos desta mesa.
Finalmente, a última mesa exemplifica a evolução da representação dos animais. No caso apresentado, os desenhos de aves, dos séculos XV, XVII e XIX respectivamente, ilustram o aumento da preocupação pelo pormenor e rigor científico que se verifica ao longo dos tempos.