A dedicação à música como objecto de
fruição cortês, a par da ideia da mesma como objecto de estudo, logo, de
maestria da arte musical como parte integrante da educação dos príncipes, foi
um dos motores da evolução do gosto e das actividades de lazer da família real
portuguesa e, por extensão, das camadas cultas da sociedade, principalmente nos
sécs. XVIII e XIX.



É com D. José e D. Maria I que os gastos com músicos, composições e produções operáticas ou cenográficas de grande porte e ao gosto italiano se introduzem nos hábitos 'esclarecidos' de um reinado absolutista. É inaugurado o "Teatro de Salvaterra", em 1762, onde se representaram muitas das óperas (principalmente cómicas) e outras peças comemorativas de ocasiões especiais para a Família Real. Juntamente com Queluz tem uma utilização periódica pela corte, especialmente na Primavera e Verão.



O interregno no Palácio das
Necessidades – D. Maria II e D. Pedro V - é acompanhado pelo desenvolvimento da
cidade e das estruturas teatrais a funcionarem na mesma – S. Carlos, Teatro da
Rua dos Condes e do Salitre – a par de serões ou tardes musicais privadas e de
assistência a grandes eventos religiosos musicados.
O tempo político conturbado
das "guerras liberais", com a depauperação do país e uma "atitude
nova" da família real, põe a ênfase nos nomes recrutados para o ensino dos
príncipes, mostrando, por ex., Manuel Inocêncio Liberato dos Santos como mestre
dos Infantes reais e acompanhando ou instrumentando peças para/com D. Fernando II,
exímio cantor ao que parece, e instrumentando peças para D. Luís.
É com a re-instalação no paço da Ajuda, agora renovado, e a integração neste da Livraria oratoriana mantida parcialmente no Palácio das Necessidades, que nos chegam os núcleos musicais de Queluz e do paço da Bemposta, para aqui remetidos pelo Almoxarife do Paço de Queluz (1845) que tenta evitar a degradação das peças de Marcos Portugal compostas no Brasil e que para ali tinham sido levadas; e pelo organista da Real Capela das Necessidades (Policarpo Procópio Nunes) que pede a integração nas Necessidades do cartório de música da Bemposta (1840) por ser de grande qualidade.
É com a re-instalação no paço da Ajuda, agora renovado, e a integração neste da Livraria oratoriana mantida parcialmente no Palácio das Necessidades, que nos chegam os núcleos musicais de Queluz e do paço da Bemposta, para aqui remetidos pelo Almoxarife do Paço de Queluz (1845) que tenta evitar a degradação das peças de Marcos Portugal compostas no Brasil e que para ali tinham sido levadas; e pelo organista da Real Capela das Necessidades (Policarpo Procópio Nunes) que pede a integração nas Necessidades do cartório de música da Bemposta (1840) por ser de grande qualidade.




Instrumentos de acesso à colecção:
Flores
de Música da Biblioteca da Ajuda : exposição de raridades musicais manuscritas
e impressas dos séculos XI a XX./ Lisboa: Ministério da Educação Nacional –
Biblioteca da Ajuda, 1973.
Catálogo
de libretos da Biblioteca da Ajuda / Lisboa: Biblioteca da Ajuda, 1988
Catálogos locais: "Música e
Músicos" ; "Paço da Ribeira …Palácio da Ajuda: iconografia, notícias
e descrições"; "Inventário da documentação avulsa da Biblioteca da
Ajuda" / Conceição Geada – Biblioteca da Ajuda
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