Biblioteca da Ajuda
A Biblioteca da Ajuda é uma das mais antigas Bibliotecas de Portugal caracterizando-se, pela natureza e riqueza dos seus fundos, como uma Biblioteca Patrimonial que tem por objecto a conservação, estudo e divulgação do seu acervo documental
Convite
Mestres e Sons Lusitanos: apresentação da série documental sobre compositores portugueses dos Séc. XVII e XIX
Jornadas Europeias do Património de 2024: Sessão evocativa dos 50 anos do incêndio, no Palácio da Ajuda
Camões e a BA: Os retratos em livros
A representação iconográfica de Luís de Camões não tem associado um original de época, ao vivo, que permita a avaliação da exatidão dos seus retratos por referência a ele. O "famoso" retrato a sanguínea executado por Fernão Gomes, em Lisboa, em 1572, que seria coevo do poeta, tem sobre si uma história complicada de desaparecimento e reaparecimento ainda em estudo e, por outro lado, não parece ser conhecido dos biógrafos iniciais de Camões: Manuel Correia, Pedro Mariz e Manuel Severim de Faria.
De entre as primeiras obras biográficas que remetem para testemunhos diretos, destacamos, por ter um retrato do poeta, a sua biografia por Manuel Severim de Faria em "Discursos vários políticos …" de que a BA guarda o duplo registo:
50-XI-7:
Retrato por Gaspar de Faria Severim, em frontispício da "Vida de Lvis de Camoens", in Discursos vários de Manoel de Faria Severim, (1º ed.) 1624, p. 87 e segs., que está na origem de múltiplas gravuras posteriores do poeta.
46-VIII-39:
Retrato de Camões, em pedestal arq., "Lusiadas de Luis de camões Principe de los Poetas de España… Comentadas por Manuel de Faria e Sousa..". Desenho em moldura com a legenda: "Luis de camoens aet. XLVIII".
"Este retrato…es hecho de mano de Manuel de Faria [e Sousa]", 1636 (anotação ms. no canto superior direito).
50-XIV-18:
Retratos de Luís de Camões e Manuel Faria e Sousa, gravados por Pero de Villafranca [y Malagón, c. 1615-1684], - Madrid, 1637 - na edição impressa do ms. de Manuel de Faria e Sousa.
O facto do olho ferido ser o esquerdo é sujeito ainda hoje a interpretação.
55-IV-49, nº 16:
Camões meio-corpo. Gravura em medalhão. Mote: "Mansura per aevum fatorum comites" - 1641
(Com pena, livro e cota de soldado) = A partir da grav. de Gaspar Severim de Faria 1624.
Frontispício de folheto de 4 p., com a defesa de Camões, por João Soares de Brito (1611-1664).
Jerónimo de Barros Ferreira, 1750-1803. Pintor vimaranense.
José Lúcio da Costa (final séc. xviii). Desenhador e gravador, conhecido apenas por "Lúcio". Além desta gravação do retrato de Camões de J. B. F., executou a gravura duma medalha em honra do poeta a partir da medalha camoniana feita na Grã Bretanha pelo Barão de Dillon e copiada em 1793 por iniciativa do P. Tomás José de Aquino. (Extraído de Dicionário de pintores e escultores portugueses … / Fernando de PAMPLONA, s.l.: Oficina Gráfica lda., 1956, vol. II, p. 278/279).
68-II-12:
Obras de Luis de Camões, principe dos poetas de Hespanha. - Nova ediçaõ, a mais completa e emendada... / de Luis Francisco Xavier Coelho. - Lisboa : na Officina Luisiana, 1779-[1780]. - 4 t. : il. 8º (18 cm)
Grav. oval de Camões com coroa de louros sob plinto com versos e legenda "Ant.º Frz. Roiz fes."
"Ludovicus Camonius Lusitanus, Epicorum Poetarum"
António Fernandes Rodrigues (1727-1807): Desenhador, gravador, arquiteto e medalhista. Nasceu no Brasil, aprendeu desenho e modelação com João Gomes Baptista, abridor de cunhos. Esteve em Lisboa em 1758 e, no ano seguinte, foi para Roma onde foi discípulo do escultor e gravador Filipe de la Valle. Daqui seguiu para Florença. Regressou a Lisboa em 1762, distinguindo-se como gravador e arquitecto.
50-XV-24:
Retrato a ¾ de Camões segurando um exemplar de Os Lusíadas, de cota militar e coroa de louros, sobre a legenda "Daqvele, cvia lyra sonorosa / sera mais afamada qve ditosa". O retrato está enquadrado em frontispício arquitetónico com reprodução de cenas e símbolos alegóricos dos Lusíadas.
"F. Gérard Delt. Effig. L. Visconti Delt. Pluteum. F. Lignon Sculpt.".
François Gérard (1770-1837) – Pintor de cenas históricas e retratista conseguiu enorme reputação em França onde foi pintor da Corte sob diversos soberanos.
Louis Tullius Joachim Visconti (1791-1853) – arquiteto, estudou na faculdade de Belas Artes de Paris, recebeu diversos prémios e manteve-se ligado profissionalmente ao governo de Paris, propondo e dirigindo intervenções em edifícios emblemáticos como a Biblioteca Real, o Palácio do Louvre e o túmulo de Napoleão Bonaparte nos Inválidos.
Etienne Frédéric Lignon (1773-1833) – Gravador.
Estátua da autoria de Vítor Bastos, realizada entre 1860-1867 ano em que foi inaugurada na presença do rei (D. Luís I), em 9 de Out.. Em bronze, a figura principal, com 4m de altura sobre um pedestal de 7, 48m; está rodeada de 8 estátuas em pedra lioz representando: Fernão Lopes, Pedro Nunes, Gomes Eanes de Azurara, João de Barros, Fernão Lopes de Castanheda, Vasco Mouzinho de Quevedo, Jerónimo Corte Real e Francisco Sá de Miranda. O custo da obra, paga a Vítor Bastos, foi de 38 contos.
Inauguração da estátua: Vj. ArchivoPitoresco, vol. X, 1867.
Curso de Paleografia e Edição de Textos: “Ler a China e o Brasil em Manuscritos (Sécs. XVI-XIX). ”
AVISO: horário de Verão
Informamos os nossos leitores que, de acordo com o nosso regulamento, já está em vigor o horário de Verão:
Horário de verão (1 de julho - 15 setembro)
De 2.ª a 6.ª Feira, 10h30 – 13h00; 14h00- 17h30 (requisições de leitura até às 15h30); Sala de Leitura encerra 15 minutos antes do fecho da Biblioteca.