Representante da quarta geração de livreiros, Hamzeh AlMaaytah dorme poucas horas por
dia e sempre num velho colchão, atrás de um biombo, junto ao balcão da sua
livraria em Amã. Trabalha 365 dias por ano.
Seu pai abandonara Jerusalém, em 1948, tendo continuado, com
admirável determinação, a exercer a sua paixão de mercador e divulgador de
livros na capital da Jordânia. Era um verdadeiro “médico da alma e leitor
compulsivo”, lembra Hamzeh.
Comunicativo, enérgico, vivaz e bem-falante, citando de cor
inúmeros poetas, em Fusha – árabe
literário – mais do que em jordano, Hamzeh vive verdadeiramente para os livros
e para a literatura, nunca encerrando as portas da sua Mahall al-Maa (Livraria
al-Maa), situada nas cercanias da Mesquita Husseini e do mercado local. Por
vezes, no final da noite, desfruta de um brevíssimo e merecido descanso, quando
é substituído por dois antigos funcionários de seu pai, dois sírios refugiados
em Amã.
Na al-Maa, os preços dos livros são sempre negociáveis, dependendo
das posses, do entusiasmo e das necessidades do comprador e, sempre, da
generosidade do vendedor.
Empréstimos domiciliários e troca de exemplares com outros
leitores ou com o livreiro - caso único neste meio - são praticados por este livreiro prodigioso.
Hamzeh recusa armazenar,
comprar, vender ou trocar títulos que incitem à violência, à discriminação
religiosa, étnica e de género, à perseguição do diferente, seja árabe, cristão
ou judeu, mesmo sabendo que faria muito bom negócio se aos maus princípios
cedesse.
Ele acredita e defende que a livraria deve ser um verdadeiro oásis,
um purificador da mente e não uma correia de transmissão de ideias perigosas,
maléficas e odientas.
Comerciar não é a prioridade, mas sim fazer chegar e espalhar
matéria escrita e ilustrada que fertilize o espírito, qualificando e
dignificando o ser humano.
A al-Maa disponibiliza cerca de 2000 títulos em loja, 1000 em
armazém – em permanente e cuidada inventariação - e é um riquíssimo entreposto
de livros, em várias línguas, de ideais, de sonhos e de valores humanistas
universais.
Obrigada, Hamzeh!
Homenageando
esta personalidade ímpar e elogiosa da natureza humana, a Biblioteca da Ajuda
propõe a consulta de
Portogallo
in
FERRARIO,
Giulio (1767-1847)
Il costume antico e moderno o storia del
governo, della milizia, della religione, delle arti, scienze ed usanze di tutti
i popoli antichi e moderni (…). Tomo
V. Parte 1. – "Europa". – Milano:
dalla tipografia dell'Editore [Vicenzo Batelli], 1827.
BA 125-I-13
Obra de imensa envergadura técnica, estética e de conteúdo, é fruto de um espírito letrado e racional que se dedicou a sistematizar e divulgar os costumes e a organização de todos os povos do mundo, mesmo aqueles à época menos conhecidos. Continuando o 'espírito enciclopédico', alimentou o interesse pelo exótico e pelo mundo humano nas suas múltiplas formas, inaugurando uma forma coletiva de publicação, envolvendo o trabalho de inúmeros colaboradores e artistas.
AM
AM
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