As
bibliotecas itinerantes – circulating
libraries – que, em Inglaterra, já proliferavam no séc. XVII, eram, antes
de mais, um negócio de aluguer de livros. Mediante o pagamento de um montante
acessível, por subscrição individual ou familiar, por cada volume ou anualmente
– sujeito a multa por eventuais danos causados a cada obra – propiciavam o
acesso e o conhecimento dos livros a um cada vez mais vasto número de
indivíduos, contribuindo para o enraizamento do gosto e da necessidade da
leitura.
Os “Clubes
do Livro”, criados no séc. XIX, eram constituídos por membros subscritores que
se cotizavam para a compra de livros, sendo estes mais tarde (re)vendidos.
Este ciclo
de compra, leitura e venda foi determinante para o incremento da edição e da
leitura pública. Algumas destas bibliotecas e livrarias, por deterem o
privilégio do conhecimento dos gostos do público leitor, dada a proximidade de
contacto, adquiriam impressos – antes ou durante o período de circulação - que
se multiplicavam em reimpressões várias, rendibilizando desde logo o
investimento prévio na compra de textos, disponibilizando ao público um vasto
número de exemplares, ampliando, por isso, a dimensão do mercado livreiro e do
público leitor. Havia títulos para todos os gostos (permitidos) e para (quase)
todas as bolsas.
Atividade
individual ou em família (leitura em voz alta), didático ou lúdico, encenado ou
silencioso, a leitura foi conquistando um público diverso e fiel, que foi
incorporando os livros nos seus hábitos de lazer.
As
bibliotecas itinerantes eram, por vezes e particularmente nas povoações longe
dos meios urbanos, “empresas híbridas”, pois integravam outros ramos de
negócio: remédios, chapéus, tabaco e até serviços de barbearia.
Por nos
alfinetar a curiosidade, ocorre-nos sugerir, do vasto acervo desta biblioteca,
a leitura de uma tradução e edição portuguesa de 1747 de: Discourse upon some late improvements on the means of preserving the
health of marines / Sir John Pringle.
Pringle, John, Sir (1707 – 1782) Methodo do Capitão Cook, com o qual preservava a saúde dos seus marinheiros, traduzido do original inglez, e offerecido ao illustrissimo e excellentissimo senhor Conde de S. Vicente
Lisboa : Na Regia Officina Typografica, 1747
16 p. ; 20 cm.
BA- 35 – IV - 19
Continuaremos com este tema, registando desde já, pela relevância implícita, que John Pringle – médico escocês – ficou conhecido como pai da medicina militar. |
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