Informamos que, por despacho de Sua Excelência o Primeiro-Ministro, foi concedida tolerância de ponto aos funcionários e agentes do Estado no próximo dia 24 e no período da tarde de 31 de Dezembro.
Assim, a Biblioteca da Ajuda estará encerrada entre os dias 24 a 27 de Dezembro, reabrindo no dia 28, e até às 13 horas do dia 31 de Dezembro, retomando-se o horário normal a partir de 4 de Janeiro de 2010

A Direcção

Visitas de Estudo

A Biblioteca da Ajuda efectua visitas de estudo guiadas, com recurso a mostra expositiva, adequada às necessidades e aos conteúdos programáticos dos diferentes graus de ensino.

Visita de estudo de duas turmas, do 10.º ano, da Escola Secundária Nuno Álvares, de Castelo Branco (Nov. 2009)


Imagens das Jornadas do Património 2009

JORNADAS EUROPEIAS DO PATRIMÓNIO 2009
VIVER O PATRIMÓNIO / PATRIMÓNIO VIVO
“A Biblioteca da Ajuda: vida interna e extensão cultural"

Real Paço da Ajuda

Alexandre Herculano

Ramalho Ortigão

Frederico Perry Vidal

1936 Sala de Leitura (actual sala de entrada)

1936 Fotografia de Grupo

JORNADAS EUROPEIAS DO PATRIMÓNIO 2009 (JEP/09)

ViVER O PATRIMÓNIO / PATRIMÓNIO VIVO
“A Biblioteca da Ajuda: vida interna e extensão cultural"

Uma instituição é o produto da sua história Esta afirmação é mais verdadeira ainda quando se trata de uma biblioteca ou arquivo cuja missão é a conservação da memória bibliográfica e documental.
Por outro lado, a memória institucional é preservada nos arquivos administrativos dos organismos do Estado e empresas, activos ou “mortos”, principalmente sob a forma documental. Numa biblioteca, cujo acervo inclui uma considerável massa documental (documentos manuscritos e folhetos dos sécs XVI ao XX), além dos óbvios livros, o seu arquivo interno confunde-se e sobrepõe-se muitas vezes ao seu objecto e objectivo: a guarda de um determinado corpus bibliográfico e documental, visando a sua projecção física no futuro e a sua “abertura” ao público.

O caso da (Real) Biblioteca da Ajuda é, neste aspecto como em tantos outros, um caso exemplar. Com uma colecção cujo desenvolvimento não é uma prioridade, o impulso de conservação predomina tornando-se a continuidade um vector direccional evidente. Os catálogos – forma mais acabada das listagens de existências – e os inventários são instrumentos de pesquisa fundamentais e são a expressão de um dos trabalhos biblioteconómicos que mais tempo consomem na economia da gestão desta instituição. O arquivo administrativo, testemunha do passado da colecção e das instalações, é propriamente um arquivo histórico, sendo muitos dos elementos que o compõem fontes primárias para a escrita da história do país.

Na mostra de hoje, a BA apresenta-se através do seu arquivo interno. Expondo-se com os objectos, os documentos e as figurações do seu passado recente (desde a instalação neste edifício), a BA presta também uma HOMENAGEM plural:
- à continuidade que tece o presente no tear do tempo, numa trama cujo princípio se perde nos acidentes e peripécias que determinaram a forma da sua evolução;
- à certeza, diariamente afirmada nos gestos da rotina, de que o presente se ilumina e é iluminada pelo passado;
- a todas as iniciativas culturais, promovidas pelas diversas Direcções da BA, que trouxeram a público a diversidade e riqueza dos seus fundos;
- ao envolvimento com o contexto histórico, nos seus bons e maus momentos, reflectindo-se aquele nas mudanças de natureza e estratégias de funcionamento;
- às gerações de funcionários que nos antecederam e que diária e anonimamente construiram a BA que temos hoje. Sob as mais diversas designações - praticante e amanuense ou administrativo, “official bibliothecário” ou técnico superior de BAD, servente e contínuo ou auxiliar, conservador ou técnico de restauro e conservação preventiva, ... – puseram ao serviço desta instituição e do seu público o seu saber técnico e empenhamento.

Comemoramos, com muitos outros marcos do património arquitectónico nacional, o PATRIMÓNIO VIVO, a memória tornada presente vivido. Celebramos a vida do património através da exibição da sua vida passada testemunhada nos objectos e documentos que partilharam essa vida e que “arrumamos” sob o nome de “Arquivo Interno”, normalmente “escondido” da vista dos leitores.

A mostra está organizada em 2 grandes núcleos complementados com um expositor introdutório. Nesta INTRODUÇÃO encontram-se imagens que estimulam a reconstituição subjectiva do acidentado passado da Real Biblioteca até à sua instalação na Ajuda. O visitante encontra também aqui representações gráficas do aspecto anterior do complexo edificado do Paço Real da Ajuda (a “biblioteca velha”).
A lista dos Directores e respectivos períodos de gerência inclui Alexandre Herculano, embora este seja a excepção nesse grupo já que não chegou a trabalhar nas actuais instalações. No entanto, a sua actuação como ‘Bibliothecario das Reais Bibliotecas’ foi pautada por um trabalho notável em prol da dignificação, organização e desenvolvimento dos fundos à guarda da Real Biblioteca da Ajuda, considerando prioritário para estes objectivos a construção de instalações próprias e a separação clara das bibliotecas particulares dos reis relativamente às Livrarias Reais (Mafra, Ajuda e Necessidades, na época em que A. H. inicia funções). Destacamos na lista de Directores 4 nomes que quer pela sua projecção sócio-cultural ou apenas pela sua actuação na gestão da BA concretizaram de forma paradigmática a dupla vocação da instituição: preservar e divulgar o património à sua guarda.

“A Vida Quotidiana”
Constituído por objectos e documentos que testemunham o trabalho exaustivo e permanente de “pistar” todas as existências, o permanente contar-recontar-conferir-“reconferir” que alicerça o trabalho técnico nesta biblioteca, consegue perceber-se não só o percurso evolutivo dos verbetes, inventários, catálogos, fichas bibliográficas, etc., como também adivinhar o trabalho diário de décadas consecutivas. Tutelada por diversas entidades ao longo do tempo e enquadrada no aparelho de Estado, os procedimentos administrativos e as diferentes formas que assumiram são peças fundamentais que não poderíamos deixar de exemplificar na sua diferença dos actuais (“Ofícios”, termos de posse, recibos de entregas e empréstimos,...) Os Directores e os (sempre poucos) funcionários são o motor da evolução da instituição, tematizando-se esta nos relatórios, propostas e registos da actividade diária (“diários”, “lembranças”, fotos;...); os leitores - razão da existência da BA – constituem um grupo que tem mudado os seus limites ao longo do tempo e com ele o conceito, tarefas e localização da Sala de Leitura. Esta evolução de um público (muito) restrito ao grande público actual é perceptível através dos mecanismos de registo destas actividades e dos próprios Regulamentos. E porque uma biblioteca vive e cresce nas tarefas diárias, nos gestos repetidos, na relação estabelecida entre livros-pessoas-organizações, os objectos de guarda e transporte de documentos, os modelos administrativos de comunicação, os estacionários, entre muitos outros, são uma aproximação a esta existência diária.

“A Produção Cultural e a projecção externa da BA”
Exposição dos documentos que atestam a permanente preocupação das diversas Direcções na promoção dos fundos da BA. Acompanhando as características que tipificaram historicamente o acesso à BA e se articulam com a variação da sua natureza e tutela (“Real”, “pública” e “patrimonial”, situação actual resultante da integração da BA na BNP), comprova-se uma alternância entre 2 grandes tipos de actividades culturais: a publicação de fontes e a promoção ou participação de /em exposições. A estes dois tipos mais ou menos duradouros, juntamos as visitas que pontuam a excepcionalidade no dia-a-dia da BA. A comprovação da participação da BA nos grandes acontecimentos culturais nacionais (as comemorações do centenário das invasões francesas, as comemorações do IV centenário do Rio de Janeiro, a exposição nacional da Expansão Portuguesa,..), com particular relevância a partir do final da década de 50, fecha esta mostra encontrando-se com o presente. A relevância dessas produções culturais do passado é indiciada pelas notícias nos jornais, pelos nomes-pessoas nos Livros de Visitantes e pelos diplomas que distinguem a BA.

Com esta participação nas JEP 2009 – à semelhança do que tem acontecido nos últimos anos – a BA reafirma o compromisso, assumido também pelas gerências que precederam a actual, de se manter uma instituição patrimonial viva, participante do momento histórico em que vive e que se revê na continuidade da sua sinuosa história testemunhada pelo importante núcleo que é o seu “Arquivo Interno”.

“VIVER O PATRIMÓNIO / PATRIMÓNIO VIVO”