Dicionário de Expressões Correntes, de Orlando Neves:
“Fazer gazeta”
Inicialmente, com o sentido de «faltar às aulas», a expressão usa-se hoje quando se falta a qualquer compromisso ou obrigação. 
«Gazeta» foi, de facto, a primeira designação dada aos periódicos. 
‘Gazzetta‘ (de início: gaxeta) era uma pequena moeda de reduzido valor (due soldi), o custo exato de cada exemplar da Gazzette delle Novità, periódico semanal manuscrito, de pequeno formato, vendido em Veneza no séc. XVI, contendo notícias oficiais sobre a situação do império turco.
Curiosamente, há também quem afirme que o termo provém de “gazza”, em português: pega, a ave palradora. 
As primeiras «gazetas» não eram redigidas por jornalistas profissionais, obviamente, no sentido de pessoas inteiramente dedicadas à sua composição. 
Escreviam-nas aqueles que tinham capacidades e conhecimento para o fazer, mas que ganhavam a vida noutras profissões. Muitas vezes, por necessidade de ultimarem a saída das publicações, tinham de faltar aos seus ofícios para irem «fazer gazeta». Habitualmente, essas faltas consistiam na ausência às aulas, atendendo a que seriam, muito provavelmente, estudantes os primeiros «jonalistas».
A Gazeta de Lisboa, um dos primeiros periódicos a circular em Portugal, teve início a 17 de Agosto de 1715 
 

No dia 10 de Agosto, o jornal apresentava o seu primeiro número com a denominação de "
José Freire de Monterroio Mascarenhas, que dirigiu o jornal até à sua morte, em 1760. 
Notícias do Estado do Mundo". O seu redactor era 
BA. 170-III-172
 
Em 17 de Agosto de 1715, o número dois aparecia já com o título de "Gazeta de Lisboa", título que se manteve até 30 de Dezembro de 1717.  e esteve na génese do jornal do governo, 
hoje - e desde 1976 - designado Diário da República.
BA. 170-I-172 (1)
 
 Anteriores a esta, refira-se a existência da Gazeta da Restauração (1641-47) e a circulação das folhas periódicas “Relações” e “Mercúrios”.
 
[
Mercúrio Português com as novas da guerra entre Portugal e Castela - Foi director e redactor António de Sousa de Macedo, considerado como o primeiro                     jornalista português. Lisboa, na Of. de  Henrique Valente de Oliveira, [fl.164?-167?]. Anos de 1663 a 1666 e Julho de 1667]
BA. 170-II-173

Lançada a 10 de setembro de 1808, no Rio de Janeiro, a 
Gazeta do Rio de Janeiro foi o primeiro periódico impresso no Brasil, sob a égide de D. João VI e marca o início da imprensa no país. O jornal era publicado duas vezes  por semana (
quartas-feiras e sábados) e o seu conteúdo era oficial, consistindo basicamente em comunicados do governo. Com a Independência a publicação da Gazeta do Rio, denominação corrente a partir de 29/12/1821,  tem o seu término com a edição nº 157, de 31 de dezembro de 1822.  Com a independência, a Gazeta deixou de circular tendo sido substituída pelo Diário Fluminense, de Pedro I e o Diário do Governo, de Pedro II.
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| Gazeta n.º 1, 10 de Set. 1808 | 
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| Gazeta n.º 2, 17 de Set. 1808 |